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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Por Sabrina Telles

E se...? Indiferenciável.

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Se eu me vestisse sempre impecavelmente, você olharia pra mim? Se eu fingisse sempre que tudo está sempre bem, você olharia pra mim? Se eu poupasse os olhares e fosse diretamente aos risinhos desconcertantes, você olharia pra mim? Se eu não falasse sobre sonhos, você olharia pra mim? Se minhas palavras fossem mais previsíveis, você olharia pra mim? Se eu não me desarmasse, revelando-me em angústias e levezas, não compartilhasse tanto, você olharia pra mim? Se eu não pensasse tanto antes de cada atitude, se eu fosse mais eu e menos outros, você olharia pra mim? Se eu frequentasse luzes e sons noturnos, você olharia pra mim? Se eu me pusesse numa vitrine, inerte e perfeita; você olharia pra mim?

Ah, sim! Sem dúvidas. Você gostaria como a outras, eu faria o seu tipo, seria cômoda e confortável pra você. Você olharia! Mas não seria pra mim. Mas eu não permaneceria. Por esse caminho, meu eu há muito já teria se perdido... como se fosse a mais volátil das substâncias; como uma tentativa de agarrar àgua, ignorando sua liquidez; como um papel com algum segredo, alguma senha, alguma chave, algum recado, qualquer coisa escrita que deixou voar sem antes ter sido lido...


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sábado, 27 de novembro de 2010

por Sabrina Telles

Através de um Espelho que não é a televisão

E, então, você se encontra com você mesma e é tudo diferente. O mundo coloca-se distante e o que importa é você. Não um egocentrismo desmedido, mas uma introspecção que venta e é tranquila. O mundo se revela tão confuso, tão revirado, a felicidade tão clandestina; e você, apesar de completamente inserida nele, consegue se encontrar intacta um momento, com um certo embaraço por estar bem.
Parece que tudo que é prazeroso se torna, de vários ângulos, egoísta. Assim, o que antes parecia amplo como se tudo fosse alcançavel, como se tudo pudesse ser tocado (e modelado), atomiza-se. Um único modo é o saudável e ele não nos espera.
Vejo que a questão agora é o permitir que outros não restrinjam sua permissão pra que você mesmo faça com que tudo valha a pena.
(Ó, mundo! Por que não podemos ser? Ser é tão bom!)
Nossa felicidade imprime restrições a felicidades alheias? Talvez sempre. Mas nem sempre a não liberdade é prejudicial. E se por um momento não nos importássemos com os prejuízos a terceiros e apenas com o agora, o estar? E se a felicidade particular se tornasse lícita para nossa própria consciência? E se o conceito de Utopia fosse, por ora, desprezado ou, ao menos, relativizado?
Encontre-se mais, se identifique mais nas coisas. Escrevo isso para que eu absorva, Para que eu me veja por um espelho antes de que por uma televisão.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

por Sabrina Telles
Peço Licença poética, é Questão de Consciência

Algumas pessoas apostaram que leriam algumas palavras sobre a Consciência Negra, aqui, essa semana. Sabe que eu não senti o dia 20 de novembro como antes? Foi um sábado tranquilo. Parei pra pensar... Queria entender minha emoção e minha vergonha com o Estatuto da Igualdade Racial, queria continuar. Sinto a força de movimentos sociais que finalmente se manisfesta em algo concreto, algo palpável: em palavras. Mas não eram essas que queria ler. Ou são essas mesmo?

A vergonha (sim, existe uma) é KANTiana. Ele acharia um absurdo escrever um conjunto legal, porque pessoas julgam umas às outras pela cor da pele. (Na verdade, pela história que a cor da pele traz). Não é racionalmente aceito, não é inteligível. O imperatismo categórico ridicularizaria isso. E o problema não é jurídico, é moral. Quem sou eu pra falar de consciência, de moral?

É... também me pergunto. Mas é questão é, inegavelmente, moral. E não serão leis que ditarão o que pensar (o caminho é quase sempre inverso). O problema, como já é sabido, é de Consciência. Consciência branca, laranja, rosa, vermelha, roxa, lilás, violeta, verde-amarela, Consciência Negra.

Como nem toda enfermidade tem cura: a gente trata com o que nossas mãos alcançarem pra viver melhor. Encontramos uma forma de tratamento? Devo ficar mais contente? Perdoem-me por sentir ainda uma vergonhazinha.

- Licença, viu?
- Vá, Permita-se!
- Obrigada.

domingo, 17 de outubro de 2010

por Sabrina Telles
O alheio e eu
Eu sou porque o acaso,
um interesse,
uma vontade,
um alguém,
uma arte,
um estar
houve

o
que se puxou,
que me empurrou,
que me gritou,
que se calou,
que me mostrou,
se escondeu,
que me expôs,
se protegeu,
acreditou,
não quis pra seu,
me derramou,
se recolheu,
me transformou,
ganhei o mundo,
se conservou,
se converteu.
Eu sou
porque alguém não foi,
algo não é
Eu.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

por Patrícia Soares & Sabrina Telles (e vice-versa)

O que não se conhece suficientemente
para saber descrever
Torna-se inexplicável,
Mas não por ser simplesmente complexo
Não por ser indefinidamente intenso
(e o que interessa é, de fato, a manutenção da intensidade),
Não por ser gritantemente silencioso
o motivo
Não por ser levemente reticencioso
o abraço
Não por ser existencialmente antitético
Não por não ser ofuscado, nem apagado,
em momento algum.
Mas pela imprescindibilidade das Palavras
que se inexplicam.
Mas porque, de repente,
o aparentemente inexplicavél
explica-se pelas palavras não ditas
(Por sinal..., prefiro elas guardadas)
Pelo menos, por enquanto
Pelo menos, pelo sorriso
Pelo menos, por saber que serão posteriormente inevitáveis
Pelo menos...
" de repente os olhos são palavras "

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

por Sabrina Telles

Por onde vou com o Ser Saudade

Minha mais nova revolução (caminho com elas) é a da Saudade. Exacerbando e sendo quase redundante, minha revolução é a da História. Só pela Saudade ultimamente vou. Pois é... Certas saudades aparecem para que se possa pensar sobre o que faço; se trilho por asfalto, água ou terra; se estou melhor assim. As razões e o futuro. Penso através do passado. E não só do meu e não só do seu, mas do tudo passado que eu sei e que vou lembrando. Assim, o futuro já chegou antes mesmo que eu o tenha citado; que me tenha situado; antes que tenha conjugado o verbo em seu tempo.
Então só me restam as razões sem o futuro? Mas tento não descer pelos mesmos lugares e tento subir por aclives diferentes. Essas tentativas já é o futuro, com as razões acopladas, mesmo com ações não conjugadas explicitamente em seu tempo. Tudo através da reflexão da História, da Saudade. Viver requer originalidade. Felicidade requer originalidade.
Se estou fazendo juízo de valor inadequado a respeito da minha própria estrada inacabada, não sei, não interpreto assim. Não sei se é saudável trilhar por mim assim, com essas palavras meio sem regras, essas sentenças meio sem coerência. A intenção é apenas apresentar que hoje é assim que vou. O presente é pela Saudade (na verdade, pela reavaliação através da Saudade). O futuro é o próprio presente. A História é o próprio passado. Em mim, a História é a própria Saudade. E eu? Eu estou eu?

sábado, 18 de setembro de 2010

por Patrícia Soares
“Anda cá!”
“Toma, leva pra lá”
Copos sobre a pia. Copos que deviam estar no armário; no armário do andar de baixo. Ou não. Talvez o lugar deles seja mesmo aqui. Nessa cozinha. A vontade discorda veementemente. A vontade de não dizer adeus. Inevitável adeus. Mas foi dito. Foi implícito. A falta de olhares. A falta de palavras. Essas talvez se justifiquem por já terem sido ditas em momentos anteriores, momentos de revelações, sentimentalismos, declarações; palavras temperadas com sotaques e neologismos que só a fusão das línguas faz nascer; palavras vividas e sábias que só o imensurável sofrimento ousa proferir.
Risos mascaram frases clichês. Clichês inapropriados e verdadeiros, que deviam ser habituais e corriqueiros, mas que não passam da “personificação” de sustos momentâneos. Apenas para não deixar esquecer o que cobriram com o tempo e agruras. O que duas almas esconderam de si mesmas e uma da outra. Duas almas que talvez nunca se entrelacem. Continuaram somente duas. Cada uma com as marcas das gotas que já foram derramadas... Que são... e que ainda serão.

"Tchau.”

sexta-feira, 16 de julho de 2010

por Sabrina Telles

De onde vem o Ser Saudade

Deve haver um núcleo que seja indivisível em mim. Um algo imutável ou, pelo menos, pouco passível de grandes alterações; e que fica contido em um outro plano que não o material (apesar de refletir -não muito obviamente- nas coisas).
Essa ideia não contraria necessariamente o que havia pensado (e escrito) antes. Na verdade, não estou mudando o meu anteriormente, mas apenas descobrindo um novo ambiente na minha realidade interior. No momento, isso me parece coerente: há, em algum lugar, um mínimo, não fugaz, de caráter existencialmente abstrato. É... Deve haver sim..!
Seria uma tentativa de explicação para certas sensações que nem lembro que existiam e, de repente, surgem da mesma forma que antes. Não é algo sobre luz e chuva, estão na esfera dos sentimentos, e não apenas "estão" como também "são": pessoas, lembranças, perfumes, lembranças, músicas, lembranças, palavras, lembranças, Palavras.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

por Patrícia Soares & Sabrina Telles

" Ainda pensou em voltar para trás, pedir abrigo na aldeia até que o banco de nevoeiro se desfizesse por si mesmo, mas, perdido o sentido de orientação, confundidos os pontos cardeais como se estivesse num qualquer espaço exterior de que nada soubesse, não achou melhor resposta que sentar-se outra vez no chão e esperar que o destino, a casualidade, a sorte, qualquer deles ou todos juntos, trouxessem os abnegados voluntários ao minúsculo palmo de terra em que se encontrava, como uma ilha no mar oceano, sem comunicações. "

José Saramago

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Por Sabrina Telles

Algo sobre chuva, luz
e sensações

Apesar da velocidade com que o vento a anunciou, estou sentindo uma tranquilidade com a chuva que agora cai. E, de repente, tudo escurece. Percebo que, as vezes, a escuridão não amedronta tanto. Na verdade, poucas coisas - não quero dizer nenhuma e depois ter que abrir exceções - eu sinto da mesma forma quando as (re)experimento. É sempre novo. O sentimento é possível que seja o mesmo, mas a sensação metamorfoseia-se. (amo quando lâmpadas são ligadas e não é noite, mas sim chuva.)
Lembro que o azul de antes é mais escuro que o cinza atual. Só que o cinza da chuva escurece as coisas do mundo. E, mesmo que a escuridão esteja agradável, o mundo quer luz. O que o céu derrama é tranquilo, mas É típico de nós humanos transformarmos água em tempestade, como se fosse penoso admitir a tranquilidade do inesperado. A chuva inesperada mudou sensações. Mas não! queremos luz. Se nem toda revolução é caótica, uma mudança de sensação precisa ser? Ah... Ainda assim, sem caos, queremos luz. O tempo fechou ? Não, tá tão lindo. O tempo está sempre aberto, essa chuva é uma das suas. A mais tranquila delas.
(metamorfose)

E? E agora ela deixou que somente a noite escurecesse as coisas. Esqueceu aqui o vento, mas saiu com as nuvens cinzas e com a tranquilidade. Outra boa sensação está surgindo e sabem de uma? Agora já não enxergo mais o que escrevo... Luz! Quero luz!

domingo, 16 de maio de 2010

por Natália Carvalho & Sabrina Telles

Tocar o Céu

Por mais que se queira lidar com vontades e contradições, é sempre complicado lutar pelo que se quer. Força de vontade, seguir em frente, é andar sem olhar para as coisa que te fazem parar. Viver o presente - pensando no futuro -, plantar para colher. Esquecer a preguiça, ser um trator, um tanque de guerra, mostrar-se cara a cara, assumir consequências de nossos atos... Tudo é uma questão de momento. As vezes, voltamos atrás e a reflexão é indispensável - cogitar o contrário seria anular a própria coerência de tudo já fora dito.
Hoje, não é o que faremos. Hoje não vamos voltar.
Hoje vamos Tocar o Céu. Vamos subir. Vamos atingir o nunca esperado. Vamos ser mais que nós mesmas. Vamos valorizar nosso próprio esforço de existir. Vamos nos despertar para o mundo externo.

Se conseguimos ir contra todas as probabilidades e, assim, viemos ao mundo; se demos alguns passos e depois corremos; se vieram sílabas aleatórias e depois as palavras; Seremos então tudo que queremos ser.

Estamos nascendo. Estamos crescendo. Engatinhando. Desenrolando. Levantando. Andando.

Falando. Desenvolvendo. Escrevendo. Desprendendo. Transbordando.
Voando.
Eu não vou ficar na terra, não...

Eu vou sentir o branco do céu. E vou provar para mim mesma que ele é azul.

(Touch the Sky - Kanye West ft. Lupe Fiasco)

quinta-feira, 13 de maio de 2010

por Patrícia Soares

Enfim, nasceu a liberdade.
Liberdade das "mãos calejadas".
Liberdade das "costas marcadas".
Liberdade dos seios tantas vezes possuídos sob ameaças.
Liberdade do "pleno mar" banhado com sangue.
Liberdade do olhar apenas para o chão.
Liberdade do ferro que limitava o passo para o mundo.
Liberdade.

Foto: Pierre Verger. Itaparica (Bahia, Brasil) 1946-1978 nº24624. Copyright Foundation Pierre Verger

sábado, 1 de maio de 2010

por Sabrina Telles
Vestida

(para minha AMIGA que vejo crescer incrivelmente

a cada minuto.)

Parar e pensar sobre sensações, hoje, é querer não deixar os amigos nunca. Tenho as pessoas exatas, pessoas inteiras. É necessário exercer uma enorme força sobre mim para não me deixar fechar. A vontade é mesmo de me fechar: ninguém entra, ninguém sai! Quase um preconceito, confesso. Por isso que não me permito agir assim e a força (até agora) tem sido suficiente. Ainda tem muito o que sentir. Acrescentar!, pois não aceito decréscimos!
Estou excessiva: amando demais, admirando demais, sendo demais. Só para os amigos. Visto-me com os que eu amo e me protejo. E também me liberto. Dialeticamente, vou existindo. Vou me tecendo e vão me tecendo. Concretizo-me dessa forma. Tento ascender para uma totalidade utópica daquelas que devemos sempre buscar para que não nos sintamos completos, satisfeitos. Você me entende? Pois é exatamente essa força de me querer maior que me exerço. Agora e, talvez, sempre. Essa força eu também eu lhe desejo e quero que sinta. Agora. Sempre.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

por Sabrina Telles
Viver...
Perder a noção da hora, jogar tudo fora, fazer o impensável, começar tudo novo de novo, cantar com desconhecidos, chorar com os amigos, ouvir um bom conselho, jogar-se no mar, sentir o vento tocar, perceber o não sensível, entregar-se ao invisível, reconhecer-se pelo olhar, perguntar "como está", falar a língua dos homens e dos anjos, fazer o que sempre quis, ...E não ter a vergonha de ser feliz.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

por Patrícia Soares

Reticências das Palavras
Há momentos em que as palavras se aglomeram. Palavras contraditórias e afins.
Palavras que fazem pensar sobre situações intrigantes; incomodam; e depois
se esvaem deixando
para trás interrogações, exclamações, ponto ou até reticências.
Desejos, vontades, quereres, sonhos, frustações, angústias, aflições.
Todas de mãos dadas, livres de preconceitos e discriminações.
Até que se cansam desse sincretismo,
internalizam a antítese dessa junção e voltam aos seus devidos lugares.
Porém, de vez em quando, deixam a dúvida sobre qual pontuação usar
...
Vou deixar essa interrogação de lado.
Deixemos então... Pelo menos, só por hoje...

sábado, 3 de abril de 2010

por Sabrina Telles

Palavras para que não se criem teias de aranhas
Sempre que me exponho em palavras é quando algo me inquieta profundamente. Fiquei esse tempo sem me mostrar porque nada me inquietava com tanta intensidade. Quando aí, a falta de inquietação começou a inquietar. Quase um alívio...
O Tempo tem envelhecido enquanto cresço. Penso agora em um por-do-sol perfeito pra que palavras caiam; mas, do céu com o mar, só choro e agito. Não estão tão em paz quanto eu, não. Exalo minha alegria em paz, em latu sensu. Mas há espaços para algumas inquietações que formam minhas palavras permitidas. Afinal, é preciso existir.

Lembro de uma amiga agora. Inevitalmente, rindo. Essas palavras ela não vai usar. Não a define como outras. Ela é assim: seu essencial está muito além do simplesmente inevitável. E nem inevitável isto é. Essas palavras estão sendo justificadas pela falta de palavras. Não quero abandonar o Verbo - nem a palavra, nem a ação - por isso que me expresso. E pela alegria de estar podendo escrever sem palavras. E pela própria alegria de existir.

Existo, logo escrevo...

domingo, 21 de fevereiro de 2010

por Natália Carvalho
Elementos da Liberdade
(Ao som da Alicia Keys)

Pra mim?
A paz,
o direito de ir e vir,
a consciência,
o auto-conhecimento: a força de saber o que se é,
o assumir riscos,
as consequências,
o medo.
A falta de medo.
O errar e saber levantar, o chorar e depois sorri, o seguir sempre em frente, o melhor, o pior, o exposto, o escondido.
O poder no sentido de que se pode fazer algo, não o poder que mata e destroí. O poder ser feliz, sem pressões, sem lesões.
Amar-Sofrer-Sentir. O elemento da liberdade é o : sentir.
É sentir sem vergonha, descaradamente. Sentir a dor, o ódio, o rancor, por que não o rancor ? Afinal não somos feitos só de amor.
É o pensar com o pensamento fixo, ter consciência de si e daí se moldar á toda e qualquer situação. Desenvolver, superar, evoluir,admitir.
É ser livre daquilo que te restringe de crer de ser.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

por Patrícia Soares

De concessões e entregas, a vida é feita
Até que ponto uma pessoa pode influenciar outra? Digo, será que temos o poder de sermos tão importantes pro outro a ponto de provocarmos uma mudança nele?!

Não me refiro apenas às mudanças positivas, mas às negativas também.
Quando nos envolvemos com alguém e nos jogamos por inteiro, fechamos os olhos a tudo que está em volta. Naquele momento, só ele importa. Deixamos nos levar pelo que é aparente. E depois, deixamos nos levar pelos sentimentalismos.

Os dias se vão.

Quando resolvemos erguer a cabeça, nossa vida já está em volta daquele ser que nos mudou, nos fez descobrir coisas, nos fez feliz.

É engano pensar que situações como essa se resumem sempre a um final feliz. A vida não é um conto de fadas, apesar de ser tão clichê quanto.

O que nos trouxe alegrias em um primeiro momento; pode fugir, vir a nos decepcionar... Não sei... Até porque não importa "como"; a questão será "por que?"

Por que de repente de todos os risos fizeram-se prantos? Por que ela deixou que assim fosse? E por que eu permiti que fosse feita sua vontade?

Erros são cometidos. E todos devem ser perdoados. Todos são perdoáveis. Não apenas no fim, ou no meio; mas no começo de tudo.

Todos merecem ter um final feliz. Nem sempre é assim. E sabemos que: Os únicos responsáveis por isso somos nós mesmos.

"O que sentimos não é importante. O que importa é o que fazemos."
Permita-se assistir (ou ler): O Leitor

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

por Sabrina Telles
" E se, de repente, a gente não sentisse a dor que a gente finge e sente "
Refugio-me nas palavras e esqueço. Esqueço o que vinha fazer aqui, se iria lhe falar sobre mim; como se estivesse escrito algo na areia e um vento mais forte embaralhasse tudo antes que fosse possível decifrar, Sente?
Eu me entrego, e me entrego. A sensação assemelha-se ao infantil cheiro verde de alfazema. "Sinto o vento me tocar, espero você chegar" ? Mas meu consciente já não sabe ao menos quem é "você". Pois, desse modo, lhe espero.
O vento sopra pra aliviar qualquer dor que ainda reste. O branco é azul. Já estou voando. O voo oscila paralelo aos acordes do piano: subindo e descendo, subindo e descendo... Repouso melodicamente na areia. E, então, fecho o livro.
Meus cílios vão aos poucos se separando e me encontro deitada, frágil, com olhos abertos.
"O sonho é o que temos de nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso."
Fernando Pessoa

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

por Sabrina Telles
O Haiti não é aqui
não foram seus filhos
não foram seus amigos
não foi seu país
não foi sua cidade
não foi sua identidade
não foi seu passado, seu presente;
e o seu futuro? o nosso?
O Haiti não é aqui, mas poderia
ser.
Você suportaria?
É inimaginável (eu sei)
É irreversível
É irremediável.
Mas não totalmente:
ou
" Pense no Haiti, reze pelo Haiti "

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

por Sabrina Telles
Tudo Novo de Novo

Se continuasse desejando durante o ano tudo o que exponho no seu início, tudo seria diferente. Acredito que não acreditamos em nós mesmos. Acredito que não acreditamos no nosso poder.

Esse ano vou acreditar no meu poder! Vou acreditar em vocês todos também. A escada está crescendo. Desejo degraus. Mais e mais e mais. E vamos subir. Vamo que vamo! Caminhar, cantar e subir. O som não pode parar. É o ano do tudo. Por que não seria? Por que não sermos? Vamo que vamo! O tempo nos permite, o tempo não envelhece. Palavras ainda nos permitem. Fé em Deus! Vamos subir. E como sempre: " vamos de mãos dadas ". Desejo a todos tudo como desejei ano passado e como vou desejar provavelmente ano que vem; mas desta vez vou acreditar ainda mais!

♪ ♫ Ain't no mountain high enough, ain't no valley low enough, ain't no river wide enough .... ♪ ♫

PS: Agradeço a todos que passaram por aqui em 2009.

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