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segunda-feira, 7 de maio de 2012

por Sabrina Telles

  ~ Suavidade

Essa noite eu não consigo mais que perguntas, rascunhos, ventos, indefinições. Essa noite serei dos outros, de histórias alheias, de realidades inventadas, músicas, cenas, guardadas sensações. 


E fugirei do sensível por instantes, para me sentir inteira. 

O que sei é que, sendo tudo todos os dias, parece que só me sinto em partes. O que é importante me faz acelerar e vivo em variação de velocidades pelas ruas e dias. O que me define é o espaço que cada tempo leva, como cada momento se percebe meu e não de outro. O que eu vejo, quando percebo você se remodelando a cada segundo em mim, é você se distanciando, por se tornar cada vez mais interno e menor, por ser cada vez mais lembrança e menos falta, pela preservação de nós, mesmo sem querer saber se já fomos algum dia alguma espécie de nós, se já desatamos nós, mesmo te aceitando intrínseco a mim, mesmo com essa saudade, que lentamente, como todos os traços, cada vez mais se suaviza.

Essa noite eu não tenho as respostas das suas perguntas, mesmo sendo possível que você tenha o que quero ouvir e sentir. Essa noite eu aceito que não seja certeza, que não seja preciso, que eu não preciso.

E simplesmente desligo as exigências e deixo, sem esperar, que em repouso chegue de novo amanhã.


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