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sexta-feira, 13 de abril de 2012

por Sabrina Telles


Quando eu era ontem

(Sendo extremamente sincera e direta comigo, quase uma oração...)

Quando eu era ontem, eu lembrava de mim como sou hoje. Amava minhas opções, o que escolhia, o que alcançava só por olhar e querer absorver. Lembro que meu amor por todas as coisas é porque fui exatamente, precisamente, sentindo em todos os sorrisos. Eu construí o meu amor.

Dizer que eu deveria não ter dado espaço em mim é transferir uma responsabilidade de sentir muito grande ao meu ontem - que já se sobrecarregou demais com todos os arrependimentos desnecessários. Não é possível seguir por todos as ruas ao mesmo tempo e tirar conclusões por comparação para viver pensando em evitar erros e ausências. Não adianta forçar molduras, caixas e imagens de si, Nem manter só a memória do que se evaporou sem ter sido ao certo.

Liberto meu ontem para que ele seja tudo que ficou de sensível: os verdes, os ventos, os fins de tarde; e os cinzas, a poeira, as chuvas, os faróis. Que lembre de ser em mim todos os sentidos do que eu sou hoje. E que, no fim das contas, viva tão suave como desejo ao amanhã.


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