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domingo, 20 de dezembro de 2009

por Sabrina Telles

Devagar: o mais rápido possível
Como se pudesse absorver suas histórias, observo as pessoas pela rua. "Pela janela do quarto pela janela do carro, pela tela, pela janela". Por trás de cada expressão, de cada andar; há um passado e um futuro. Tento decifrá-los. Não, não os decifro de fato. Atribuo, na verdade, um sentido a tais signos da maneira que minha imaginação acha mais adequada, mais coerente.
Tornou-se involuntário: eu observo. Pronto! É isso! Prepotentes os meus olhos sempre foram, sempre curiosos, sempre querendo mais e mais. Uso-os no presente, como se o presente existisse.
Enquanto isso, o tempo passa, o tempo cronológico passa. E eu? Sinto-me fraca pra acompanhar seu ritmo na velocidade considerada necessária. Nunca se satisfazem: nem as pessoas, nem o Tempo, nem as coisas. "São tão fortes as coisas, mas eu não sou as coisas e me revolto". Revolto-me menos comigo mesma do que com as coisas pra lhe ser sincera. Neste instante, os outros são culpados. Talvez não haja mais espaço em mim para culpa. Preenchi simplesmente. Preenchi com coisas melhores. Preencho com o passado e presente alheio.
E minha história? Vivo-a sim. Há sempre um espaço enorme para a saudade em mim. Mas quero agora o presente. As horas, os minutos, os segundos. O presente mais que instantâneo. A roda no chão, o ruído da respiração, o piscar de olhos. Apenas com uma condição: sem tanta velocidade; e sem anular a aceleração. "É com esse que eu vou". Estou andando devagar o mais rápido possível.

"O presente é o instante em que a roda do automóvel em alta velocidade toca minimamente o chão. E a parte da roda que ainda não tocou, tocará num imediato que absorve o instante presente e torna-o passado." Água Viva.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

por Natália Carvalho

Significado particular

Poesia é música,
é o ritmo,
o jogo das palavras,
como elas se encontram.
A beleza da fonética,
a forma de encaixe,
como peças de um mesmo tabuleiro.
A própria melodia,
explícita ali
em uma simples rima
ou nas mais complexas.
É deixar fluir.
É deixar sentir.
É deixar amar.
É a expressão.
É a compreensão.
É a exaltação.
É a dignificação.
É arte,
ar,

imagem,

ação.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

por Sabrina Telles

Apenas poesia e banana real?

(reflexões com Buh)

Não procuro o melhor dos melhores. Este deve ser menos interessante. Prefiro o melhor em si, o melhor parcial. Aqueles defeitos contidos que emergem aos poucos me animam. Compartilho com os meus tantos; Identifico-me com eles:
Os mais verdadeiros que a real realidade possa fazer transparecer. São meus preferidos.
Cada olhar cada gesto cada mente cada existência cada um cada mundo.

Se o contrário quisesse : Não leria, aqui, poesia outra senão Drummond; Teria intoxicação de banana real; Desligaria definitivamente a televisão ! Amigos? Um.. dois.. três no máximo! Não caminharia senão pela praia ao pôr-do-sol; Não dormiria senão em rede; O guarda-roupa seria verde;
Ouviria Alicia e Chico somente; Não amaria senão avassaladoramente; Escreveria essas palavras e as apagaria aleatoriamente.

Imperfeição permite transformação, revolução, evolução. Como se opor?

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

por Sabrina Telles

Autorreciclagem
É possível. A quantidade de elementos que se encontram no universo do possível é tanta que assusta. Somos, no fim das contas, uma geração de adultos que nos contentamos com pouco. Com muito pouco. Quando tínhamos menos idade, éramos maiores. É possível sermos mais. [ Não! Não quero pensar nisso! ] Somos acobertados por nós mesmos, por nossa consciência minúscula. Não quero mais minha proteção! Um futuro tentacular está a minha espera, mergulharei. O dia clareia quando a mente esclarece; e as nuvens já estão se dissipando. Sim... vejo o azul; sinto o azul; amo o azul. Amo porque é inevitável gostar do que nos faz bem. Vou tratar de cuidar disso agora. O mundo nos grita: "Sigam-me os bons". E nosso tempo tá passando. Um piscar de pálpebras é suficiente para percebermos nossa efemeridade. Há olhares que nos definem e eu ficarei presa a esses. Só a esses, ... somente aos essenciais... Vou me reconstruir, senhoras e senhores! Desejo também a todos uma boa sorte.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

por Sabrina Telles

Não deixaremos o samba morrer

Olhávamos pela janela, eu via o céu da cor do manto da rainha das águas. E ventava. Uma tarde tranquila. E ventava triste. As pessoas por aquelas ruas podiam desconhecer, mas as pedras sabiam. Por aquelas pedras subíamos, não eram nossos pés que elas sentiam falta. A saudade reinava, pois Antonio Luís não as pisa mais. Acima disso, além disso, em tudo isso; ele vive. Vive porque ele construiu muito e todo esse muito vai viver sempre. Viverá nos sons até quando os sons existirem. Viverá na luta até quando a luta existir. Vive porque tudo dele vive.
Fique com Deus e com todos os orixás, Neguinho.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

por Sabrina Telles
Devaneios, inquietações

O sol ainda está quente, mas não mais ofusca pensamentos.
Encontro-me com todos as sensações, todos os sentimentos, todos os gestos.
Não sinto nada.
Sinto tanto tudo que chego ao nada, da mesma forma que todas as frequências visíveis do espectro óptico formam a cor branca.
É incontrolável.
Saber qual o próximo passo não significa mais ter condições para fazê-lo, mesmo que saibamos exatamente como.
E existem outras questões.
Por que existem outras questões?
"Sabe lá, sabe lá; o que não ter e ter que ter pra dar; sabe lá"
Nem sempre nos permitem permitir.
That's (must be) the question!
Sabe aquela letra de música que você me pedira? Eu já a tenho.
Eu tenho essa e outra, mas não tenho mais sua presença.
Saudade? Sinto... de você... mas só de vez em quando.
Sinto muito mais saudade de mim mesma.
Permaneço no meu silêncio, mas este já começa a incomodar um pouco, sabe?
Nem me lembro a última vez que gritei.
Não que apenas me construo no grito. Longe disso!
É que gritar é bom.
- Sabrina, não acelere muito, não, viu?
Você sentirá o vento tocar intensamente, contudo verá somente borrões coloridos.
Sinto falta de mim mesma, e espero-me.
Espero meu momento, meu tempo.
Não tenho pressa: paciência aprendi a ter foi na agonia.

"Não se afobe, não que nada é pra já; o amor não tem pressa; ele pode esperar em silêncio.."

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

por Sabrina Telles
no meu silêncio

(da minha janela em 08.10.09)

Encontro-me ansiosa para escrever, não tenho nada em mente. Não penso em nada que eu considere interessante agora. A tarde está quente como se o sol catártico atingisse as pessoas que andam pela rua. O sol incide com uma vontade de expressar-se em tudo. Asfalto, carros, pensamentos: "Sintam-me". Mas o dia está quieto, exceto pelo rádio que canta músicas aleatórias e, volta e meia, anuncia algo novo. Talvez não o dia, mas eu. Estou em silêncio e amando.
Confesso que aprendi a ter uma paixão avassaladora pelo silêncio. Terminei "No teu deserto" do Miguel de Sousa Tavares. Como escreve como eu amo. E não fiz mais nada. Já estava em silêncio, Miguel tirou os meus pés do chão e o sol desta tarde ofuscou até minhas palavras.
Daqui a pouco, o sol irá se pôr e eu não estou preparada. Ultimamente, as despedidas tem me comovido mais que o normalmente esperado. A noite me amedronta um pouco. Ela traz consigo os pensamentos e as palavras que o sol havia ofuscado. Para esses, eu, definitivamente, não estou preparada. E a lua parece saber disso e se põe a me pirraçar. Tenho que aguentar a melancolia pirracenta da lua!
Agradeço aqui às estrelas. Ainda não sei como a lua não conseguiu convencê-las a se calarem, pois eu as ouço. As estrelas dizem tanto que não preciso dos meus pensamentos. Elas são autossuficientes no processo de comunicação, com elas permaneço em silêncio e simplesmente ouço. Meu amado silêncio, sereno e tranquilo, a me proteger (da lua).

terça-feira, 29 de setembro de 2009

por Sabrina Telles
Nem Sempre
*

Uma boa amiga
A melhor amiga
Uma boa filha
Uma boa neta
Uma boa aluna
Uma boa ex-aluna
Uma boa irmã
Uma boa sobrinha
Uma boa vizinha
Uma boa passageira
Uma boa pedestre
Uma boa ouvinte
Uma boa leitora
Uma escritora
Uma boa desconhecida
Perambulando pela rua, pela vida
Nem sempre não sou
* Tarsila do Amaral - Morro da Favela

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

por Sabrina Telles
Navegar é Preciso
As vezes, parece que a força peso
- que nos liga à superfície do mundo real -
age com a aceleração muito maior que a gravidade.
Mas só às vezes.
Mas só parece.
Afinal, viver nem sempre é preciso.
• • •

domingo, 13 de setembro de 2009

por Patrícia Soares e Sabrina Telles

Caminhos das secas

Leva nas tuas asas, leva

Me leva que quero ver meu Pai

Caminho bordado a fé

Caminho das secas

Me leva que quero ver meu Pai

Os pés que seguem seu rumo, lentos

Como quem quer muito chegar

Como quem se acostumou ao silêncio do nada

Como quem já não quer mais voltar

Os olhos de uma vida sofrida

Aguenta, que tamos chegando já

Na roda cantar com ocê

Ouvir as harpistas

Me leva que quero ver meu Pai

Saudade, que nasce nos olhos, some

-com a fome-

Coração não quer acreditar

Caminho tecido a pé

Caminho das secas,

Me leva pois não consigo mais

Leva nas tuas asas, leva

Me deixe fugir de tudo aqui

Não fuja de minha vida

E me chame pra sua

Pego minha cria e vou partir

Leva nas tuas asas, leva

Me leva que quero ver meu Pai

Paródia da música "Caminho das Águas":
Letra original por Rodrigo Maranhão.
Interpretada especialmente por Maria Rita.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

por Patrícia Soares
Dois Corpos
U
m puxão após um grito.
Dois corpos se juntam.
Um mostra-se protetor.
O outro, protegido.
Dez segundos.
Susto; medo; calma.
O gesto prolonga-se.
O porquê inicial é deixado de lado.
Não há mais um protetor, nem um protegido.
Apenas dois corpos unidos pelo acaso.
Ou não.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

por Sabrina Telles
Sou afrodescendente. Não trago essa marca na cor da pele, nem dos olhos nem do cabelo. Mas sou afrodescendente: sou brasileira.
Sinto como se não pudesse brotar de outro chão. Como se não pudesse ter vivido sem atabaques, sekeres, surdos. Como se fosse extremamente pertinente e necessário ter crescido com Castro Alves/ Contorno/ Comércio. Como se o sangue misturado com dendê e farinha que percorreu gerações e gerações tivesse parada obrigatória nessas veias.
Salve a Mãe África e seu filho cujo cordão umbilical cortou-se a milhões de anos, Brasil.
Salve os meus irmãos que a 121 anos comemoram a expurgação da senzala para as favelas. Aqueles que hoje sofrem com um genocídio estatal despropositado e com a zoomorfização dentro de celas. Salve nós negros que não nos rendemos. Mesmo enquanto nossa história era registrada pela hegemonia omitindo, por exemplo, que "o homem encadernado" era afrobrasileiro. Mesmo enquanto as crianças cresciam considerando a beleza da boneca um padrão melaninas-luz de distância delas próprias. Salve. Nós vimos, sentimos e gritamos.

sábado, 8 de agosto de 2009

por Sabrina Telles
O pra sempre é eterno
A vida é um recorte de tempo. Pensava sobre isso após riscar uma caneta com um papel outro dia desses. Aquele traço no canto da página para testar a utilidade do objeto ("pra ver se tá prestando"). Um traço impensado e agressivo. Pensei em algo que nunca havia pensado, talvez pela obviedade da reflexão: aquele traço durará para sempre. Se ninguém destruir o papel, o traço não desaparecerá. Que incrível! Não há nem emoções, mas aquele traço tem o que todo ser gostaria, ao menos por um instante, de experimentar: eternidade.
Caetaneamente, o Tempo é um senhor bonito, compositor de destinos. Entrego-me apaixonadamente a essa ideia e nem sei de fato o que é o tempo ou a eternidade. Mas o traço que o papel riscou sabe, ele conhece intimamente o Tempo. O Tempo compôs o destino dele presenteando-o com os acordes da eternidade.
Isso tudo isso me transportou à infância - à do traço não! à minha, pois aquela quem criou fui eu e o papel e esta foi minha mãe e a Bahia. Na minha infância, pronunciei e escrevi tantas vezes o "pra sempre". Para ídolos infantis, para amiguinhas da escola, para parentes em datas comemorativas. Há algum tempo pensei que fosse leviandade, mas não acho mais tanta. O "pra sempre" existe. O compositor de destinos permite sua existência. Se durante aquele momento o "pra sempre" existiu, sempre vai existir!, porque aquele momento sempre vai ter acontecido. Como a Invasão do Brasil pelos portugueses e o meu ano passado que durarão para sempre, pois nunca vão deixar de ter acontecido.
O traço é um sábio da soberana História. Ele entende, com perfeição, que o "pra sempre" é eterno. E que nossa vida é apenas um recorte, um recorte de tempo que o Tempo nos doou. Um pedacinho minúsculo. Mas suficiente. A vida é infinita: não é eterna, posto que é chama, mas infinita enquanto dura. Vinícius não nos disse algo assim sobre o amor? Pois bem, considero verdade.
Pensei agora: "Eu criei o eterno?" Aos risos, respondo: "Isso sim é leviano!" Que boba fui a cinco segundos atrás! Se eu não criasse o traço, outro criaria junto com o papel! Sou elemento tão dispensável nessa composição, tão dispensável!
E se com sucessivas passagens de traiçoeiros ventos, o traço for sumindo, sumindo, sumindo?... Não... ele continuará ali, ele é mais e melhor que qualquer vento. Estará apenas invisível ao nossos olhares. Ao nosso olhar. Olhar humano que quer dominar, que é ousado, pseudo-autoritário, que tenta seduzir todos os objetos. Olhar que quer ser o Tempo, e nem sequer pode ver a eternidade do traço. Este que é azulzinho como a linha do horizonte ao dividir o céu do mar em uma tarde de bossa nova. E pequeno. Porém mais duradouro que efêmera vida que nos foi recortada.
Obrigada, Tempo.
Queira assistir: Oração ao Tempo

domingo, 19 de julho de 2009

por Sabrina Telles

Reapresentando dois seres que a opressão distanciou

- Deus, eu sei que anda muito ocupado e tal, mas gostaria de lhe apresentar alguém...
- ...
- É ainda uma criança, apesar da muita idade, que já lhe conhece e a muito lhe confia...
- ...
- Deus, esta é África:

A Nelson Mandela que completou 91 anos em 18 de julho

segunda-feira, 13 de julho de 2009

por Sabrina Telles

Certa certeza no meio: entre o tudo e o nada

C om a descoberta do meu não ser,

E nganei-me tanto, sofri, talvez;

R asgou-se assim uma proteção;

T udo ficou relativo;

E xalaram-se dúvidas;

Z ombei do mundo, não havia certeza de nada ma(i)s

A pareceu, assim, depois, você: Estou certa.

terça-feira, 26 de maio de 2009

por Yolanda Britto

Palavras
Inspiração
É o que busco agora e sempre
Não para rimas
Mas para a musicalidade
E sensibilidade
Que adornam meu meio de expressão:
As palavras

Fácil
Pegar caneta, papel
E escrever coisas vãs
As palavras são como
Um corpo
Que precisa ser moldado
E bem usado
Senão é mal interpretado
E desrespeitado

As palavras são fortes
Em qualquer forma
Sensível ou ofensiva
As tolas, porém,
São insuficientes

O desfecho
Só pode ser dado
Com inteligência e criatividade
As palavras são interessantes
No que elas tem
De mais complexas.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

por Sabrina Telles
Inocência
Uma tarde dessas, meu afilhado aparece aqui em casa, e logo entra no meu quarto. Pois, bem [sempre amei esse "pois, bem" quando ouvia conversa de gente grande]. Mostrei a ele um chocolate, ainda presente das comemorações da páscoa, que eu não tinha devorado (o último!). Sentamos na cama com aquela embalagem colorida e grande, (muito maior do que o conteúdo, devo dizer!) e abrimos e sorrimos e começamos a comer. Levamos uma parte à sala, que assistia televisão, que obviamente aceitou.
Voltei ao quarto e permiti que ele fosse explorado pela criança. Havia alguns livros na estante e, curiosamente, ele olhou pra "A Hora da Estrela". Acredito que a finura e capa coloridinha da 'Rocco' o interessou. Sentou, com algum método, na cama, empurrou um pouco o travesseiro e abriu o livro. Ao folhear a obra-prima de Clarice, ele me chamou:
- Diiiin da... - com uma voz melódica que me remeteu àqueles antigos "Bliiim-Bloons". (Lembram?)
Respondi prontamente com a mesma arrastada melodia:
- Oooi...
Sua inocência de apenas três anos não encontra nehuma figura naquelas folhas e diz:
- Cadê a historinha?

quinta-feira, 21 de maio de 2009

por Patrícia Soares
Brasiliana USP
Assistindo ao jornal Bom Dia Brasil, sou tomada por um forte arrepio. É impossível não se emocionar com a cultura brasileira, nossa cultura, sendo valorizada da forma correta. É gratificante ver a cultura brasileira, nossa cultura, ter um digno espaço especialmente reservado para que todos nós possamos admirar sua beleza e imponência. Por isso, sinto-me no dever de compartilhar este querido acontecimento com vocês, brasilianos.

http://www.brasiliana.usp.br/ http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1160623-16020,00-BIBLIOTECA+DE+JOSE+MINDLIN+PODERA+SER+ACESSADA+PELA+INTERNET.html

sábado, 16 de maio de 2009

por Sabrina Telles

Confesso minha nudez (quase) antitética

Dispo-me. Para o mundo mas ele não vê, nem enxerga. Expliquem-me! Dispo-me pois há tanto a mostrar, tanto a fazer, a sentir, a criar, há tanta vida lá fora...

Desliguei o Jornal, (não adianta) fui assistir antigos seriados. Agora tenho que estudar Direito Civil. Que romântico, não? Boa noite, pessoas (!)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

por Patrícia Soares

Ignoramos, muitas vezes, a importância das palavras na nossa vida. De maneira rude ou delicada, elas têm o poder de nos mudar. Através delas viajamos pelo mundo, encantamos, apaixonamos, machucamos e até matamos, seja a outra pessoa ou a nós mesmos. Algumas, de tão marcantes, ficam incrustadas a nossa mente. Certas ou erradas, como já dizia a música, não se curam. Outras se demonstram tão supérfluas que são rapidamente descartadas. Apenas entram por um ouvido e saem pelo outro. Porém, nem sempre as palavras são ditas e/ou ouvidas. Há momentos que exige uma simples interpretação. A interpretação de um sorriso, de um olhar, de um aperto de mão, de um abraço. Enfim, tudo são palavras. Tudo se transforma em palavras e essa, por sua vez, nos transforma.

domingo, 3 de maio de 2009

por Sabrina Telles

Rendição (Palavras Permitidas)

a Ana e Nelma

Somos feitas de palavras.

Todo humano é feito de palavras.

Nos reduzimos a elas.

Os melhores se ampliam a elas.

Mas quem somos nós? palavras!

Indivisivelmente, essencialmente.

Uma palavra: amo. Outra palavra: sou.

Existimos nelas. Coexistimos por elas.

Censuram-nos. Melhor que isso: libertam-nos!

Palavras são asas, são pés, são faces,

São fios de água.

Palavras nos permitem, palavras são permitidas.

Renda-se

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