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sábado, 30 de janeiro de 2016

por Sabrina Telles

A Expressão do Agora

E, sem pressentir, os meus sentidos se alteraram numa revolução sinestésica em
que se lê pele,
que se ouve o cheiro,
que se toca no som,
que me fez perceber
que o que nos une é algo 
que abandonou as formalidades há tempos atrás.

E, sem ansiar, abri as portas para sua exposição que depende de fatores
que não se explicam,
que não se ordenam,
que não se mostram,
que recolhem palavras durante entreatos descomunais.

E, sem apelar, rendi o corpo para sentir como somos nós
para aliviar nossa sede,
para acalmar nossos pesos,
para matar nossos medos,
para fazer de cada sopro o próprio cais.

E, sem desafiar, deixo que a sinceridade desses olhos tão meus quanto seus
nos navalhe,
nos invada,
nos conheça
se aproprie,
nos liberte 
e mais.

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