“Anda cá!”
“Toma, leva pra lá”
Copos sobre a pia. Copos que deviam estar no armário; no armário do andar de baixo. Ou não. Talvez o lugar deles seja mesmo aqui. Nessa cozinha. A vontade discorda veementemente. A vontade de não dizer adeus. Inevitável adeus. Mas foi dito. Foi implícito. A falta de olhares. A falta de palavras. Essas talvez se justifiquem por já terem sido ditas em momentos anteriores, momentos de revelações, sentimentalismos, declarações; palavras temperadas com sotaques e neologismos que só a fusão das línguas faz nascer; palavras vividas e sábias que só o imensurável sofrimento ousa proferir.
Risos mascaram frases clichês. Clichês inapropriados e verdadeiros, que deviam ser habituais e corriqueiros, mas que não passam da “personificação” de sustos momentâneos. Apenas para não deixar esquecer o que cobriram com o tempo e agruras. O que duas almas esconderam de si mesmas e uma da outra. Duas almas que talvez nunca se entrelacem. Continuaram somente duas. Cada uma com as marcas das gotas que já foram derramadas... Que são... e que ainda serão.
"Tchau.”
Ana Paula me indicou este blog e aqui estou. Gosto de ler coisas sobre almas, sentires, quereres... Não posso deixar de dizer, quanto ao texto anterior: essas lembranças que se sobrepõem me angustiam! Mas é uma angústia que dá saudade quando some...
ResponderExcluirAdorei o blog!
Aaah, seja muito bem-vinda, Jamile!
ResponderExcluir"essas lembranças que se sobrepõem me angustiam! Mas é uma angústia que dá saudade quando some..."
É porque estamos acostumadas com as inquietações existenciais. Nem sei até onde isso pra mim é bom. rsrsrs
(Sabrina)
Por que vocês me emocionam tanto? Palavras bem postas que ganham vida própria...
ResponderExcluirEsse conto é o exemplo vivo da escritura feminina, marcada pela subjetividade, pela delicadeza da percepção da realidade, pela audição dos sons internos e viscerais, pela humanidade que lateja em cada palavra.
Onde e como vocês aprenderam tanta beleza poética? Por favor, me ensinem o caminho...
Beijos cheios de muita admiração.
Ai, meu Deus...
ResponderExcluirAna Paula me deixa atônita...
A resposta à sua pergunta começa com:
- Olhe para um espelho, Paulinha...
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Aaah, Vcs entendem agora o porquê do "inevitavelmente", lá em baixo, no "P.S." ?
Pois é... É ela!
(Sabrina)