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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

por Sabrina Telles

 Um pedaço da minha Felicidade sob uma nova perspectiva
                                                               (e, aos poucos, vou)

Estou traçando eu nós -
o que nunca fora tracejado.
Porque não somos nós.
Somos o que fora escondido pelo medo.
O velho conhecido medo de se tornar absurdamente vulnerável pela entrega total.
Não somos nós.




Somos o que foi (e as vezes fez) sentido.
Somos o que parece (mas não foi) perdido.
Somos o não desejo (o não desejado).
Somos o nada que mereceu ser dito
(o silêncio).
Somos eu, mas não nós;
Somos você, mas não nós;
Somos eu e você, e não nós.

E a pequena parte de vento que um dia...
Ah! pensei em nós!... já soprou. Voou.
Está cada vez mais distante, mais intocável.
(Não é tão ruim, não, viu? Mais alto, mais sagrado.)
Ainda amo eu e você
( eu e você não pode nunca se sentir traído,
como se eu não o reconhecesse, como se a ele eu fosse indiferente.
Não, não, pelo contrário. Ele é meu real. )

Isso apenas não é suficiente para meu hoje.  
Preciso de outro pedaço de vento.
Outros eu e você , que talvez se tornem nós.
De outras ilusões de nós.
Porque
nós não somos
Nunca fomos.
(Estou traçando eu -
o que nunca fora tracejado
Porque não somos nós.)
Mente e corpo preciso da liberdade de ser eu
(e não eu e você)
De novo.







P.S.: As fotos à direita são da atriz sueca Ingrid Bergman e as da esquerda da brasileira (com todo o peso e dor dessa palavra) Patrícia Galvão. Não, não tem uma razão direta pra elas estarem aí. Talvez elas me exemplificasse, tenha me inspirado. Sei lá. Senti como se isso tudo combinasse em algo com elas. Ou não. Talvez seja justamente o oposto. Talvez não seja tão simples assim. Cada minuto que passa vejo cada coisa mais complexa. Talvez, talvez... Quem sou eu pra saber de alguma coisa? Mas vou deixar elas aí, me parece bem. 

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