de Sabrina Telles
Fevereiro
(para tocar depois do carnaval)
volto para escrever por escrever,
pra lembrar de pertencer,
por querer o querer,
por não saber não ser,
por vir a nascer...
encharcando pincel e atirando na parede vazia,
querendo que se crie,
em sinestesia,
concretudes em levezas,
qualquer rastro com beleza,
para que nos salve da vida,
de novo.
(sempre há histórias em paredes,
mesmo as que contam timidamente sobre tijolos, areia, água, cimento...
houve vida e ainda...)
nem sombreados, nem aquarelados,
só uns rascunhados
que não sabem onde chegar,
quais signos usar,
não sei qual face é arte,
qual arte é parte,
quem é que sabe?,
qual cedo é tarde,
as que se constroem sem muitos moldes,
sejam palavras, sentimentos, cores, pessoas...)
o sono não basta,
nem as luzes, as vozes, nem as lágrimas,
nem vestígios de risadas,
e, em colo e olhos, palavras,
molhados, se mostram
em tentativas
rasgadas.
(sempre há desejo pelo desejo maior que o antes,
aquele que não consegue, mas se quer ser,
como se tempo fosse linear e a gente pudesse tanto...)
enfrentando contradições, eu deixo ser,
e ser, e ser, e ser, e ser...
em quantas realidades forem necessárias.
(sempre há a alegria de ter partes de umas nas outras,
em infinitas combinações, palavras se desenham entre parênteses,
como nós...)
foi como se pudesse nos mostrar que antes não bastava
que havia mais verdade, mais alcance, que há querer além disso, apesar disso,
parecia ser vários amanhãs.
e será:
um outro amanhã,
ainda que só lembre depois
ainda que só sinta depois
ainda que só veja depois
Fevereiro
(para tocar depois do carnaval)
volto para escrever por escrever,
pra lembrar de pertencer,
por querer o querer,
por não saber não ser,
por vir a nascer...
: de novo,estamos jogando palavras como tinta em tela:
encharcando pincel e atirando na parede vazia,
querendo que se crie,
em sinestesia,
concretudes em levezas,
qualquer rastro com beleza,
para que nos salve da vida,
de novo.
(sempre há histórias em paredes,
mesmo as que contam timidamente sobre tijolos, areia, água, cimento...
houve vida e ainda...)
de novo,não tenho tema, não tem nem poema,
nem sombreados, nem aquarelados,
só uns rascunhados
que não sabem onde chegar,
quais signos usar,
não sei qual face é arte,
qual arte é parte,
quem é que sabe?,
qual cedo é tarde,
e nem sei mais é voltar.
(sempre há espaço para as desajeitadas,as que se constroem sem muitos moldes,
sejam palavras, sentimentos, cores, pessoas...)
de novo,a rua não basta,
o sono não basta,
nem as luzes, as vozes, nem as lágrimas,
nem vestígios de risadas,
e, em colo e olhos, palavras,
molhados, se mostram
em tentativas
rasgadas.
(sempre há desejo pelo desejo maior que o antes,
aquele que não consegue, mas se quer ser,
como se tempo fosse linear e a gente pudesse tanto...)
de novo,eu deixo ser
enfrentando contradições, eu deixo ser,
cancelando condições, eu deixo ser,
modelando razões, eu deixo ser,e ser, e ser, e ser, e ser...
em quantas realidades forem necessárias.
(sempre há a alegria de ter partes de umas nas outras,
em infinitas combinações, palavras se desenham entre parênteses,
como nós...)
de novo,dessa vez, não foi como sempre,
foi como se pudesse nos mostrar que antes não bastava
que havia mais verdade, mais alcance, que há querer além disso, apesar disso,
de novo,dessa vez, não foi como ontem,
parecia ser vários amanhãs.
e será:
um outro amanhã,
ainda que só lembre depois
ainda que só sinta depois
ainda que só veja depois
de novo.
interessante esse poema
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