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quinta-feira, 26 de outubro de 2017

de Sabrina Telles

Um Samba-Convite

Eu quero que venha,
colocando espelho frente a espelho,
trazendo a infinitude que é você
venha
amando todas as raízes e folhas
sem promessas e sem definitivas escolhas
venha
sem querer estar em outro lugar
venha
sem lembrar
das outras possibilidades de ter
venha
sem medo de sentir o que não te permite ser
venha
desata nós que não servem mais
venha
abandona os confusos sinais

venha e
descansa viagem nesse cais
e deixa
que eu mergulhe um cado nessas águas,
deixa
os meus pés descalços no seu chão
deixa
que esse vento passe pelo meu rosto
deixa
que me leve então.

domingo, 15 de outubro de 2017

de Sabrina Telles

Mardi, le 20 juin 2017*

Le printemps
Je ne comprenais pas ton absence,
le silence qui te coupe aussi te protège,
je n'y savais pas.

L'hiver

Je suis retournée à plonger
dans mon silence
et à gêner
ton silence
pour que tu n'arrête pas de croire qu'il est réel, 

qu'il est notre vie 
et que je l'adore.

L'automne
Je désire que ton désir soit soutenu
pour que tu n'arrêtes pas de vouloir les plus viscérales sensations
pour que tu sois heureuse.

Aujourd'hui j'y sais
Et c'est tout.


_______
*Rascunho de 20 de junho deste ano, uma terça.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

de Sabrina Telles

uma canção pra ela
                (singela, brasileira)


vem destruindo todas as capas:
chega
chega desaguando por entre os mundos:
inunda
caminhando por entre calles:
passa
passa pelas esquinas,
contornando esquinas,
derrubando muros,
tomando conta de tudo
que nem sabia que era seu,
mas é.

vai ventando quente e denso:
invade
invade a ponto de abraçar meu corpo
e carregar meu corpo
para que eu sinta meu corpo.
toco, vejo, enxergo e ouço:
os verdes
passando pelos verdes,
sacudindo outros verdes.

traz o silêncio que vem como maré e bate
bate tão forte que sobe a espuma d'água e me molha
inteira e entregue e lembro da graça que é ser
antes de tudo, ser,
sem rodeios.

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