por Patrícia Soares
Vazio.
Vazio e um ponto. Nem as reticências cabem mais.
Pois nada cabe. Pois não há o que caber no não ter.
Vazio.
Um pouco de luz, até porquê, já esteve mais escuro. Porém, só.
Nem palavras ousaram entrar. Nem música. Acredite, nem música.
Ir, não ir; tentar ou não; conseguir, quem sabe.
Nada se sabe no caminho que não existe ali/aqui.
Ruídos passam ao longe. Às vezes. Se espiar um pouco o que há do lado de fora, vê-se tudo, todos e mais um pouco. A fonte que não secou, mas da qual não se bebe mais. Os sorrisos dados. Ou não. Na verdade, não. O céu iluminado, até também não se sabe quando. Os laços partidos, que ainda estão unidos. E os não partidos, que estão. Muitas coisas se vê do lado de fora.
Mas, sem perceber, está novamente aqui/ali.
Em lugar algum.
Em lugar algum.
Talvez naquele.
Continuará sem saber.
Vazio .
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