por Sabrina Telles
Ou tudo isso é saudade
Por que o aleatório não se diferencia e segue a ordem exata dos sons e das coisas? Nunca imaginei tão querendo isso como ontem a noite. Não ocorreu nada de extraordinário, quero dizer, nenhum evento exterior a mim. Estou inclusive me sentindo repetitiva, até mesmo cansada. Mesmo com as novas decisões, há coisas que não mudam. - Ó, que ótimo, tão autêntica. - Tá, não me sinto assim, ou talvez me sinta, mas não quero mais. Não desse jeito, não sem você.
(Era mais simples a ordem de tudo quando eu era sem você. Era mais simples e era menos eu.)
Hoje, talvez felizmente só hoje, quero indiferenciar algumas coisas. Que sejam as mesmas por um tempo pra que eu viva, um pouco, sem muita sede. O mesmo e o diferente são a mesma coisa, só muda, no máximo, de perspectiva?! Ah! Nem vou desenvolver isso! Não sei, não quero essa engenharia de palavras, essa lógica. Complexidade todo tempo, mesmo sabendo que não sou tanto, cansa.
Agora, se as janelas estivessem abertas, a noite já teria dado um descanso à minha mente. Meu corpo precisa ser convencido a levantar e não é simples e não é fácil: é saudade. Será...? Bom... Se ela não for tão grande assim, se for menos que isso, pela intensidade como está se dando, se sendo, já deve ter mudado de nome.
PS: É mais fácil encarar a própria sombra no chão, do que olhar-se no espelho, mas não posso esquecer: "Cabeça erguida, jovem, o mundo é agora".