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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

por Sabrina Telles

Ou tudo isso é saudade
(... ouvindo Adele)

Por que o aleatório não se diferencia e segue a ordem exata dos sons e das coisas? Nunca imaginei tão querendo isso como ontem a noite. Não ocorreu nada de extraordinário, quero dizer, nenhum evento exterior a mim. Estou inclusive me sentindo repetitiva, até mesmo cansada. Mesmo com as novas decisões, há coisas que não mudam. - Ó, que ótimo, tão autêntica. - Tá, não me sinto assim, ou talvez me sinta, mas não quero mais. Não desse jeito, não sem você.
(Era mais simples a ordem de tudo quando eu era sem você. Era mais simples e era menos eu.)

Hoje, talvez felizmente só hoje, quero indiferenciar algumas coisas. Que sejam as mesmas por um tempo pra que eu viva, um pouco, sem muita sede. O mesmo e o diferente são a mesma coisa, só muda, no máximo, de perspectiva?! Ah! Nem vou desenvolver isso! Não sei, não quero essa engenharia de palavras, essa lógica. Complexidade todo tempo, mesmo sabendo que não sou tanto, cansa.

Agora, se as janelas estivessem abertas, a noite já teria dado um descanso à minha mente. Meu corpo precisa ser convencido a levantar e não é simples e não é fácil: é saudade. Será...? Bom... Se ela não for tão grande assim, se for menos que issopela intensidade como está se dando, se sendo, já deve ter mudado de nome.

PS: É mais fácil encarar a própria sombra no chão, do que olhar-se no espelho, mas não posso esquecer: "Cabeça erguida, jovem, o mundo é agora".

sábado, 12 de novembro de 2011

por Sabrina Telles

Agora, simplesmente não me nego

Minhas pernas tremem, minhas mãos se inquietam, estou além do meu lugar físico. A ansiedade contida não respeita mais os espaços recortados pelo que considerava como sensato. Relativiza-se o sensato para dar lugar ao intenso. Desarma-se do medo para uma entrega mais líquida. Agora te questiono, Como certas ações que exigem um grau de coragem tão absurdo podem te fazer tão frágil?

Estou tão próxima de mim mesma. Consigo acreditar que estou querendo menos do que posso, como se fosse um desperdício de existência essa inércia que aceitei como inevitável. Aceitei, confesso, por tempo suficiente para que eu visse que não mais valia a pena. Minhas noites e algumas manhãs vêm me dizendo que é preciso descansar dessa barreira posta pela preguiça de não ser. Porque só pode ser algum tipo de preguiça. E que já não é mais necessária, e que já nem incomoda mais. 

Apesar até mesmo de sentir em certos momentos, não foi retrocesso; eu não me abandonei (muito menos, inutilmente), isso seria absurdo impossível. E, só pra que eu mesma entenda, "nem foi tempo perdidooo. Somos tão jovens, tão joooovens"[pausa para terminar de cantar mentalmente a música]

Não, ainda não encontrei a pedra filosofal, não sintetizei nenhuma nada, não provei nada diferente, não estou vivendo um momento de clareza absoluta como se a chuva tivesse dado uma tregua mais prolongada, também não é nada definitivo - até porque a responsabilidade do definitivo é mais do que meu corpo pode aguentar. Estou simplesmente desatando um primeiro nó. Agora, só tenho que ficar em dias, tenho que ir, em velocidade compatível, me traçando como eu sempre quis. 

Ser mais e melhor em vários e vários e vários novos sentidos. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

by Sabrina Telles

Anyway, I need a new way


There's a strong feeling when I tell myself "I have to write things down". Feels like my throat simply closes and I get hungry for something I don't even know what it is - and I love myself more. Clearly it's bigger than my body, because I can barely handle it. And here I am again: the same vulnerability, the same why-and-what-for questions, the same still-haven't-found-what-I'm-looking-for trials. Maybe these are the best thing about life: the unswerable concerns. Maybe, just maybe...

Somehow I'm seeing through new glasses (or trying to believe in that). Like I said before, my feet in others solid grounds are helping.

(The intensity of you in me doesn't remain the same, been taking thoughts and words - like these -, almost unsustainable. Is it Love? Don't know anymore. Time and distance haven't been enough to explain. Doesn't matter anymore.)

These days I'm fighting completely disarmed, without escape valves - like never before. Honestly, I'm a little scared. I have to deal directly with biggest and deepest things now. I have to dare myself, to encourage myself. (I'm sounding like a self-help book, I know, I know... but I can't run away from the right now truth. At least, not here.) The necessity of reaching unknowing levels wants to know why I don't let it scream, why it's takin so long. I think it's because I don't know why. Just really need to figure me all out one more time.

So it's decided: Although it's hard to materialize lifetime desires, to bring life to projects, I'm not giving a break, I can't wait for me any longer. The most obvious and inescapable logic of today. Here I am, here I go again.

domingo, 6 de novembro de 2011

 por Patrícia Soares


O que tenho a nos me dizer



Às vezes
apenas
não se sabe o que dizer, 
não se sabe o que fazer.
Escrever
nem sempre
é uma opção.
Olhar assusta.
O não olhar nos atrai
fortemente. 
O tempo
como o vento
traz a sensação
de leveza
e bem estar
Por um momento
satisfaz e alimenta
o que está vazio.
Nada se vê,
porém
Pára e deixa
a ilusão do cheio
A imensidão do nada
então
é percebida.
O olhar volta a se encontrar.
Segundos
de lembranças
enche-se novamente.
E um pequeno furo
esvazia.

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